Os sintomas
Autismo
O que é - Causas Sintomas - Tratamento
O pior lugar para se estar é o da dúvida.
Muitos sintomas podem ser confundicos com os do autismo, especialmente em crianças pequenas. O diagnóstico permite iniciar intervenções que auxiliam na diminuição dos sintomas cognitivos e comportamentais comuns no transtorno, seja em crianças ou em autistas adultos.
O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro autista (TEA) ou autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento que compromete variados aspectos do comportamento e desenvolvimento infantil. Os sintomas do autismo se apresentam desde os primeiros anos de vida da criança, sendo mais frequentemente percebido em torno dos dois ou três anos de idade, porém, casos mais leves podem ser pecebidos somente mais tarde (idade escolar ou fase adulta). O grau de gravidade do Transtorno pode variar muito, desde crianças que apresentam um quadro leve, com total independência e discretas dificuldades de adaptação, até aquelas que serão dependentes para atividades diárias, ao longo da vida. Estatísticas apontam para um aumento de casos de autismo no mundo, embora a natureza desse crescimento vem sendo discutida. De forma geral, a Organização Mundial de Saúde fala em um autista para cada 100 pessoas. O transtorno afeta mais o sexo masculino que o feminino, na proporção de 3 a 5 meninos para cada menina.
Causas do autismo
As causas do autismo ainda são imprecisas, mas sabe-se que existe fatores genéticos, algumas doenças e condições ambientais que propiciam o desenvolvimento do Transtorno. Do ponto de vista genético, o autismo é muito variável. Embora já tenham sido identificados alguns genes relacionados ao transtorno, eles não estão presentes em todos os casos e, portanto, até o momento, não é possível falar em um marcador genético para o TEA.
Do ponto de vista ambiental, os fatores de risco estão relacionados, por exemplo, a prematuridade do bebê, o baixo peso ao nascer, à falta de ácido fólico durante a gravidez e o uso de certos medicamentos nesse período, entre outros.
Algumas condições médicas também aparecem frequentemente associadas ao autismo, como por exemplo a fenilcetonúria, que é detectada logo nas primeiras semanas de vida do bebê, pelo exame do pezinho.
Sintomas
De maneira geral o autismo se caracteriza por déficits persistentes na comunicação e interação social e pela presença marcante de padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades (ou seja, gostar de realizar um número muito limitado de coisas/atividades/brincadeiras, o fazendo de forma repetida). Mais especificamente, essas características podem ser percebidas por uma série de comportamentos expressados pela criança, antes dos 3 anos de idade. Cabe destacar que os sintomas a seguir são apenas alguns dos sinais mais comuns, os mais frequentemente percebidos pelos pais. Não, necessariamente, todos estão presentes em todos os casos de autismo, nem em qualidade e nem em quantidade. Outras características e comportamentos precisam ser levados em conta, criteriosamente, para qualquer diagnóstico.
Sintomas comumente presentes no autismo (os sintomas variam em número e intensidade)
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Preferência por isolamento (exemplo: preferir brincar sozinho, não gostar de ficar em companhia de outras pessoas/crianças);
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Apego excessivo à rotina, lugares, ordem das atividades
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Presença de movimentos repetitivos e estereotipados (exemplo: como balançar o corpo repetidamente, girar as mãos/punhos como se estivesse imitando asas batendo, entre outros);
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Apego marcante a certos objetos ou brinquedos, utilizando-os frequentemente de forma atípica (forma diferente da esperada);
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Pouco contato visual com outras pessoas;
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Uso da linguagem sem objetivo de comunicação social.;
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Falta de comunicação verbal ou gestual, como não apontar para os objetos;
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Falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações;
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Reações aversivas a determinadas percepções sensoriais como, por exemplo, a barulhos, certos tipos de sons e cheiros.
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Não atende quando chamado pelo nome;
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Atrasos no desenvolvimento da fala e motor;
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Falta de tentativa espontânea em relacionamento com os pares;
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Na fase adulta, especialmente no autismo leve, os sintomas persistentes mais comuns são aqueles relativos à dificuldade na interação e comunicação social, apego excessivo a rotina e dificuldade com mudança/alternâncias nos planos, dificuldades em permanecer em locais barulhentos ou cheio de pessoas, gosto por manter-se só e interesses restritos por atividades e lazer, Alguns comportamentos assemelham-se a manias e à timidez excessiva.
Tratamento para crianças
O acompanhamento médico é essencial. Ele é quem vai determinar a necessidade ou não do uso de medicamentos, que nem sempre é indicado, além de definir o diagnóstico final.
O tratamento do autismo é realizado, principalmente, através de terapias cognitivas e abordagens comportamentais que buscam compensar os déficits causados pela doença e modelar o comportamento autista. O método mais usado e que apresenta os melhores resultados, cientificamente comprovados e amplamente indicado nos Estados Unidos, é o ABA (Applied Behavior Analysis, sigla em inglês), em português Análise do Comportamento Aplicada, que enfatiza a modificação comportamental e a busca pela autonomia. O método utiliza instruções visuais que favorece tanto os autistas verbais quanto os não verbais. É PRECISO DAR VOZ AS CRIANÇAS NÃO VERBAIS! Para favorecer a comunicação o método utiliza a comunicação alternativa /aumentativa com o auxilio de PECS (Picture Exchange Communication System), um sistema de comunicação por figuras (pictogramas).
Inicialmente é recomendado que seja realizada a avaliação neuropsicológica para identificar se há ou não comprometimento intelectual e o perfil do funcionamento cognitivo (funções executivas, memória, atenção etc.). A parir do resultado do exame, um tratamento personalizado de reabilitação neuropsicológica pode ser realizado, visando estimular as funções cognitivas mais prejudicadas e os comportamentos funcionais.
O tratamento, quando iniciado precocemente, apresenta melhores resultados, pois a plasticidade cerebral da criança a deixa mais suscetível às intervenções, diminuindo os impactos do Transtorno no desenvolvimento das funções cerebrais ainda em curso.
Pesquisas recentes indicam que intervenções adequadas, realizadas logo no início dos primeiros sinais, tendem a reduzir significantemente os impactos da doença no desenvolvimento da criança.
Tratamento para adultos e adolescentes
Em adultos a psicoterapia é fundamental para ajudá-los a atravessar as dificuldades que vivenciam no campo profissional, familiar e relacional. A terapia para adolescentes e adultos oferece ferramentas para que eles possam se entender e conviver melhor com o transtorno. As estratégias oferecidas ajudam no dia a dia e diminuem o sofrimento emocional que o autismo, nessa fase da vida, pode representar.
O tratamento informado é realizado por:
Ursula Chrispim
Psicóloga - Neuropsicóloga
Juiz de Fora - MG
Observação:
As terapias, na área da psicologia, devem ser realizadas por profissional habilitado, através de técnicas reconhecidas pelo Conselho de Psicologia.
A complexidade do autismo, frequentemente requer intervenção multidisciplinar. Além de médicos e psicólogos, muitas vezes, o trabalho envolve também o acompanhamento por fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais.